O câncer de pulmão está entre as principais causas de morte no mundo, matando cerca de 1,8 milhão de pessoas por ano. As formas avançadas dessa doença apresentam baixas taxas de sobrevivência, já que os tratamentos atuais nem sempre são eficazes. No entanto, uma nova esperança surgiu com os testes clínicos da primeira vacina contra o câncer de pulmão, iniciados no Reino Unido.
Um Avanço na Medicina: A Primeira Vacina Contra o Câncer de Pulmão
A vacina, chamada BNT116, usa a tecnologia de mRNA, a mesma que as vacinas contra a Covid-19 utilizam. Essa inovação ensina o corpo a identificar e atacar células cancerígenas de maneira precisa, evitando danos às células saudáveis, algo comum na quimioterapia. Dessa forma, a vacina oferece um tratamento mais direcionado e menos agressivo.
Janusz Racz, empresário de 67 anos de Londres, foi o primeiro paciente a receber essa vacina. Ele foi diagnosticado com câncer de pulmão em estágio avançado durante uma colonoscopia de rotina. Mesmo com tratamentos tradicionais, como quimioterapia e radioterapia, os médicos previram que ele teria poucas chances de sobreviver além de outubro deste ano. Diante desse cenário, Janusz decidiu participar dos testes da vacina BNT116.
Depois de passar pela quimioterapia e radioterapia, que surtiram algum efeito, ele ainda tinha apenas 35% de chance de sobreviver mais de cinco anos. Buscando melhorar suas chances, ele optou por testar a vacina. Após a primeira dose, ele descreveu a experiência como mais tranquila do que os tratamentos anteriores. “É indolor. Muito melhor que a quimioterapia, que foi extremamente difícil”, afirmou Janusz.
Como Funciona a Vacina BNT116
A vacina BNT116, desenvolvida pela BioNTech, usa mRNA para treinar o sistema imunológico a reconhecer proteínas presentes nas células cancerígenas e destruí-las. No caso de Janusz, ele recebeu seis doses da vacina, cada uma projetada para atacar diferentes subtipos de células cancerígenas. Esses subtipos são comuns no câncer de pulmão de células não pequenas, o tipo que Janusz enfrenta.
O tratamento começa com uma dose semanal por seis semanas. Depois, a cada três semanas, o paciente recebe uma dose, por um período de um ano. Esse esquema tem como objetivo manter o corpo preparado para combater as células cancerígenas e reduzir as chances de recorrência.
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Vacina e Imunoterapia: Uma Combinação Eficaz
Além da vacina, Janusz e outros pacientes dos testes clínicos recebem imunoterapia com o medicamento cemiplimab. Esse remédio ajuda o sistema imunológico a atacar células cancerígenas de forma mais direcionada, poupando as células saudáveis. A imunoterapia, quando combinada à vacina, se torna um tratamento mais eficaz e menos agressivo do que os métodos tradicionais.
O Dr. Siow Ming Lee, líder do estudo, explicou que a combinação da vacina com a imunoterapia pode prevenir a recorrência do câncer, algo comum mesmo após tratamentos bem-sucedidos.
Testes Clínicos em Vários Países
Atualmente, os testes da vacina BNT116 estão na fase 2, onde os pesquisadores avaliam a eficácia e segurança do tratamento em mais pacientes. No Reino Unido, cerca de 130 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas participam do estudo. Além disso, ensaios estão acontecendo em outros seis países: Estados Unidos, Alemanha, Hungria, Polônia, Espanha e Turquia.
Os pesquisadores ainda aguardam os resultados finais, mas se mostram otimistas com base nos dados preliminares e nos sucessos obtidos com outras vacinas de mRNA.
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Esperança e Desafios para o Futuro
A vacina contra o câncer de pulmão oferece esperança para muitos pacientes, mas ainda há desafios a serem superados. Os testes clínicos precisam ser concluídos, e os resultados devem comprovar a eficácia e segurança em diferentes perfis de pacientes. Além disso, os pesquisadores buscam entender se essa tecnologia pode ser usada para outros tipos de câncer. Atualmente, vacinas para câncer de intestino e de pele também estão em testes.
Embora o câncer de pulmão seja uma doença altamente mortal, a vacina BNT116 representa uma nova esperança. Se os resultados forem promissores, a vacina poderá transformar o tratamento oncológico, oferecendo uma forma de combater o câncer de maneira mais eficaz e menos invasiva.
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Fonte: https://news.sky.com/