Você já se perguntou por que os mosquitos preferem algumas pessoas e ignoram outras? Enquanto algumas parecem ser “imunes”, outras sofrem constantemente com picadas incômodas. Isso é algo que não se limita apenas aos mosquitos, mas também a outros insetos, como moscas e mariposas. No entanto, a ciência explica esse comportamento dos mosquitos de maneira bem interessante, e você pode estar entre as pessoas mais visadas por esses pequenos “caçadores”. Venha descobrir por que!
Desvendando o mito do “sangue doce”
Uma das explicações mais populares para a atração dos mosquitos é o famoso mito do “sangue doce”. Provavelmente, você já ouviu alguém falar sobre isso, mas essa ideia não passa de um mito! Na realidade, os mosquitos não são atraídos pelo tipo ou sabor do sangue, mas por outras características relacionadas ao nosso corpo.
O que realmente atrai esses insetos hematófagos — que se alimentam de sangue — são as substâncias químicas e os odores que exalamos pela pele. Por exemplo, o ácido lático, que é produzido quando suamos, é um grande atrativo para esses insetos. Mosquitos têm órgãos sensoriais extremamente sensíveis que detectam essas substâncias no ambiente, guiando-os até suas “vítimas” preferidas.
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Dióxido de carbono e o papel da respiração
Além dos odores liberados pelo suor, outro fator que contribui para que os mosquitos prefiram certas pessoas é o dióxido de carbono (CO2), que exalamos durante a respiração. Mosquitos têm a incrível capacidade de detectar níveis elevados de CO2 a grandes distâncias, o que os ajuda a localizar suas presas.
Pessoas que exalam mais dióxido de carbono, como adultos e indivíduos com metabolismo acelerado, têm mais chances de atrair esses insetos. Mulheres grávidas, por exemplo, liberam cerca de 21% a mais de CO2 do que uma pessoa comum, o que as torna mais suscetíveis a picadas de mosquitos, especialmente em áreas com alta incidência de doenças transmitidas por esses insetos.
O tipo sanguíneo importa?
Um estudo publicado no Journal of Medical Entomology trouxe à tona uma descoberta curiosa: pessoas com o tipo sanguíneo “O” são até duas vezes mais atraentes para os mosquitos do que aquelas com outros tipos sanguíneos. De acordo com essa pesquisa, a secreção de substâncias específicas pela pele pode ajudar os mosquitos a identificar o tipo sanguíneo de uma pessoa, embora mais estudos sejam necessários para confirmar essa hipótese de forma definitiva.
Portanto, se você tem o tipo sanguíneo “O”, é provável que seja mais visado por esses insetos, principalmente em áreas onde eles estão em grande quantidade, como parques ou locais próximos a rios e lagos.
Gravidez e as picadas
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A gravidez também influencia diretamente a atração dos mosquitos. Durante a gestação, o corpo feminino passa por diversas mudanças hormonais, que afetam tanto a quantidade de CO2 exalada quanto a temperatura corporal. Essas mudanças tornam as mulheres grávidas até duas vezes mais suscetíveis às picadas de mosquitos.
Além do aumento de CO2, outro fator é o aumento da temperatura corporal, que pode subir em média 0,7°C. Esse aquecimento extra faz com que o corpo exale mais ácido lático, amônia e ácido úrico, substâncias que os mosquitos detectam com facilidade. Por isso, é essencial que gestantes tomem precauções extras em áreas onde há muitos mosquitos, como o uso de repelentes e roupas que cubram a pele.
O papel das atividades físicas
Se você gosta de praticar esportes ao ar livre, já deve ter notado que após o exercício físico, os mosquitos parecem persegui-lo. Isso acontece porque, durante a atividade física, o corpo libera grandes quantidades de ácido lático através do suor, o que atrai esses insetos rapidamente.
Além disso, a prática de exercícios aumenta a temperatura corporal, outro fator que contribui para que os mosquitos o localizem com mais facilidade. Portanto, se você gosta de correr ou se exercitar ao ar livre, uma boa dica é usar repelentes e evitar áreas com alta concentração de mosquitos, especialmente ao amanhecer e ao entardecer.
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Consumo de álcool também influencia
Outro fator curioso é o consumo de álcool. A pesquisa realizada por Lefèvre e seus colegas revelou que o álcool aumenta a propensão a picadas de mosquito. Isso porque o etanol é eliminado pelo corpo através do suor, o que acaba atraindo os mosquitos. Embora mais estudos sejam necessários para confirmar essa relação, é interessante observar que até o consumo de algumas bebidas pode contribuir para o desconforto causado pelos mosquitos.
Genética e sua relação com os mosquitos
Por fim, a genética também desempenha um papel na atração dos mosquitos. Um estudo da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres revelou que gêmeos idênticos atraem mosquitos de forma semelhante, enquanto gêmeos não idênticos apresentam diferentes níveis de atração. Isso sugere que a genética pode influenciar a quantidade de substâncias produzidas pelo corpo que atraem ou repelem mosquitos.
Ainda não se sabe exatamente quais genes estão envolvidos nesse processo, mas é possível que algumas pessoas tenham uma predisposição genética para atrair mais mosquitos do que outras.
Como se proteger dos mosquitos?
Se você faz parte do grupo de pessoas que os mosquitos parecem preferir, é essencial tomar medidas preventivas. Além de evitar o desconforto das picadas, também é importante lembrar que os mosquitos podem transmitir doenças graves, como a dengue, febre amarela e malária. Aqui estão algumas dicas para se proteger:
- Use repelentes: Produtos à base de DEET ou icaridina são altamente eficazes.
- Vista roupas que cubram o corpo: Especialmente ao amanhecer e ao entardecer, quando os mosquitos estão mais ativos.
- Utilize telas: Manter janelas e portas fechadas ou protegidas com telas é uma boa forma de evitar a entrada desses insetos em casa.
- Evite áreas com água parada: Mosquitos depositam ovos em águas paradas, por isso evite locais como lagoas e áreas mal drenadas.
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